A cura gay cura alguém?
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Ontem foi dia 17 de maio, dia internacional contra a homofobia, e eu vi vários posts falando como que não há cura para o que não é doença, se referindo à famigerada terapia de conversão sexual, a chamada "cura gay", que, em tese, ofereceria uma alternativa para quem não aceita a própria homosexualidade e gostaria de se "tornar" heterossexual.
Vamos entender, então, porque esses "tratamentos" são antiéticos, não funcionam e trazem mais problemas na vida de quem se submete a eles.
Primeiramente acho importante deixar claro o que exatamente acontece nesse tipo de procedimento. Um dos tipos de conversão é basicamente o mesmo que pode ser visto no filme "Laranja Mecância". A pessoa toma choques elétricos enquanto vê algum material homosexual. o resultado disso é que, depois de várias e várias repetições desse experimento, a pessoa pode passar a não ter mais excitação com o conteúdo homosexual a curto e médio prazo.
Antes de tudo, é importante deixar claro que um psicólogo quando está atendendo um paciente, pode única e exclusivamente usar técnicas, condutas e procedimentos que sejam pautados em dados científicos. Um psicólogo não pode fazer nada que não tenha respaudo científico, e já daí podemos descartar a conversão como uma possibilidade, pois não há nenhuma evidência de sua eficácia.
Muito pior que isso, o que há são diversas evidências de como as pessoas que passam por esse tipo de procedimento tem uma piora no quadro geral do sofrimento e de outros transtornos.
A verdade é que ser gay, lésbica, travesti ou o que for, não é o motivo do sofrimento. O sofrimento vem do preconceito, da exclusão, da violência, do abandono, do medo e de tantas outras coisas que não são intrínseca à sexualidade ou gênero de ninguém. São problemas da sociedade como um todo.
Então, sempre que você vir alguém propondo, apoiando, defendendo ou oferecendo serviços de terapia de conversão sexual, denuncie, pois é uma prática ilegal. Tanto por não ter nada que a comprove como eficaz, quanto por ela favorecer a piora no estado de saúde.
Na psicologia não pode haver espaço para quem põe suas convicções distorcidas à frente da ciência e da ética.
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